O espelho da alma refletia um holocausto. Ruínas de quem um dia teve treze anos. Viciada pela infância, tentou de todas as formas interromper o ciclo eterno dos ponteiros do relógio. Em vão tentou infringir a lei da gravidade que agiu sob a areia da ampulheta, em vão buscou pelo freio do planeta Terra... E os anos passaram. Não digo que a imaturidade tenha esvaido-se com a idade pueril. Todavia, relíquias que deviam ser deixadas para trás há muito tempo foram abandonadas agora, oficialmente. A espontaneidade forçada deve ser eximida de uma vez por todas.

The Beholder
Mionissa Freek ou Mione Freek ou Frika, como preferir. Sua primeira visão do mundo foi há dezessete outonos e seu sonho de criança é ser "escrevista". É extremamente egotista, o que considera uma anomalia moral terrível, entre tantas outras. Perfeccionista e imperfeita: impulsiva, individualista, taciturna, melodramática. Não sabe o que está fazendo aqui, mas gostaria muito de descobrir.

Orkut: Mionissa Freek

Textos em cinza: apóstrofe; comentários, avisos, etc.
Textos em preto: contos fictícios

rasKunho
Antes já foi chamado de "Mione Kicks Asses" e exibia uma paixão pueril pelo nonsense, pelo absurdo. E agora?

O layout
Mal confeccionado com uma imagem perfeita criada por Anry. As frases do layout ("a dreamy-eyed child staring into night / on a journey to a storyteller's mind" e "drown into my eyes and see the wanderer") são trecho de duas músicas do Nightwish: Wishmaster e Wanderlust, respectivamente.

Blogs
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TV Sims, Lara Croft Club, FM Dollz, Fê Croft Fan, Frika Fan, Mione Freek Fanlisting, Ad Infinitum, Broken Dollz.

Créditos
Blogger.com
, YACCS, Extreme Tracking, Hebus, Higher-than-hope.com


 

Spit Spot
5.6.05 - Frika
Mais um bulog para minha coleção, em parceria com a srta. Miitra. Zóiem:

www.spit-spot.blogspot.com

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Teddy
1.5.05 - Frika
Teddy - um dia chamou-se assim. Os berros da garotinha que passeava com os pais na loja de brinquedos foi o primeiro indício de que seu lugar não seria mais a prateleira. "Você já tem muitos ursos de pelúcia!" - argumentou o pai. "Mas nenhum com chapéu!" - disse a garota, enquanto batia o pé no chão e apontava para Teddy. O chapéu tornava-o superior aos outros companheiros peludos; era o escolhido. Por fim, os pais cederam e Teddy (de "teddy bear", conforme a jovem aprendera nas aulinhas de inglês) ganhou o nome e um novo lar.

Teddy foi abraçado, apertado, ninado, beijado, jogado; mesmo sem ter asas voou, chocando-se contra o teto e contra a cabeça da pobre empregada. A falta de delicadeza da garota logo custou um olho ao pobre Teddy. A mãe propôs uma cirurgia reconstrutiva, mas o olho de alguma forma foi parar atrás do sofá - e ninguém jamais soube disso, nem quando a empregada fez uma faxina na sala e o aspirador de pó aspirou também uma das vistas de Teddy. Pouco importava - a garota já se distraíra com sua nova - a sétima da coleção - Barbie.

Por dias Teddy padeceu no fundo da caixa de brinquedos. Abandonado, esquecido - ele e seu chapéu. Nem mesmo a prateleira admitiria um urso caolho - devia permanecer escondido. Sem conhecer o verdadeiro afeto, conheceu a rejeição. Se possuísse lágrimas, elas rolariam pelo olho que lhe restou. Passaram-se dias, semanas, meses, até sentir novamente, por breves segundos, o calor humano: a mãe da garota agarrara-lhe o bracinho esquerdo e jogara-lhe dentro de um saco plástico, junto com outros brinquedos velhos e quebrados. O lixo seria seu novo lar.

E lá jazeu Teddy. O urso de chapéu xadrez, cujo olho se perdera, dividia agora o ambiente com restos de comida, embalagens velhas, papel sujo... E pensar que um dia ele fora um belo brinquedo, abraçado pelos braços roliços de uma garota mimada e descuidada. Seu pêlo, que um dia foi branco, agora estava enegrecido pela sujeira. Sabia que passaria o resto de seus dias abandonado, pois sua aparência seria incapaz de conquistar o carinho de quem quer que fosse.

Enganara-se novamente. Não tardou até que uma mãozinha áspera e encardida suspendeu o urso pelo braço direito. Com o olho que lhe restara, Teddy fitou quem o agarrara: cabelos desgrenhados, rosto sujo e olhar de quem muitas vezes fora atirada ao lixão dos rejeitados antes. Os olhos da garotinha iluminaram-se enquanto abraçava o urso - que rebatizou de Ursim. Sua mãe lhe batia, seu pai bebia, seus sete irmãos a ignoravam. Mas Ursim era seu amigo inseparável, confidente e fiel. Tinha um chapéu roto e lhe faltava um olho. Mas que importava? Ela o amava mesmo assim, e a recíproca era verdadeira. Se Ursim tivesse lágrimas, seriam de emoção. E ambos, tão acostumados à rejeição, pela primeira vez conheceram o verdadeiro significado do afeto.

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Abre aspas
5.3.05 - Frika
"_Malditos! _ exclamou o garoto. Ele estava naquela fase confusa entre a infância e a fase adulta, o que denunciavam as palavras agressivas rabiscadas em seu tênis. Não se conformava com o aumento do salário daqueles 'porcos capitalistas' engravatados, enquanto havia tanta desigualdade social no país. Como podia?! Quanta cara-de-pau! Atribuiu às inocentes genitoras deles as mais baixas ofensas, e discutiu sobre isso com seus amigos-de-tênis-rabiscados. Resolveu gritar seu ódio contra desigualdade em forma de mais uma música barulhenta, para terror dos vizinhos. 'Porcos malditos! / Os pobres, esquecidos / E vocês roubando / Em dinheiro, nadando!', gritava, enquanto alternava entre três acordes em sua guitarra Fender com aplificador e pedal, que aprendera a usar em aulas particulares de guitarra. Findo o ensaio, saiu com os amigos para andar com seu skate novo e comprar mais um CD do Dead Fish, porque 'os caras sabiam da desigualdade social e gritavam contra ela, ao contrário dos porcos capitalistas'. No caminho cruzaram com alguns mendigos, cujos únicos berros que se ouvia deles partiam do estômago, e criticaram a desigualdade social. 'A culpa é do governo, aqueles porcos capitalistas!'. Mas os vinte, trinta reais que cada um levava na carteira permaneceram intactos, até atingirem o destino: a loja de CDs, onde compraram por algumas cédulas mais um manifesto anti-desigualdade-social."

Foi nisso que ela pensou. O caso acabara de brotar-lhe na mente, mas não duvidava de que fosse real em muitos jovens. 'Imaturos! Por que, ao invés de reclamarem, não agem contra a desigualdade social?! Só sabem berrar e culpar a terceiros!' Se não podem ajudar, que pelo menos fossem gentis, ao invés de discernir um ódio infrutífero! Imaturos! Como podem ser tão tolos?! Ofereçam um sorriso, ao invés de um dedo médio; uma palavra de conforto, ao invés de um grito vazio de protesto; que estendam a mão com compaixão, ao invés de usarem-na para espancar os ton-tons da bateria. Imaturos... _ Nisso tudo, ela pensou. Seria tudo tão melhor se houvesse mais tolerância e compreensão no mundo. Nisso ela pensou. Mas esqueceu-se do próprio pensamento quando o sobrinho, cujos poucos anos de vida ainda não lhe conferiam uma boa coordenação motora, derrubou o copo de chocolate quente em seu sofá novo. Ah, então ela gritou, esperneou, fuzilou a criança com o olhar. Afinal, era seu sofá novinho em folha!


"Novinho em folha" seria um termo apropriado? _ Ele pensou nisso após terminar de datilografar o texto. Meio século de vida e ainda não achara um vocábulo melhor para expressar o que queria. Perguntou-se se o texto estava confuso: começa com um garoto hipócrita, e depois vê-se que o caso do garoto é apenas um pensamento de uma mulher hipócrita. Alguém entenderia? Quê importa: que passasse a mensagem! Não sejam hipócritas! Bradam contra a hipocrisia alheia, mas cometem vocês mesmos tantas outras! Como querem um mundo melhor, vivendo assim, com essa moral tão escassa? Pensem mais em fazer o bem ao próximo, ao invés de criticar sem agir. Ou de criticar quem critica sem agir. E sem agir. Pensamentos confusos, esses. Ele pensou em colocar no papel também, mas mudou de idéia. Não só pela confusão das idéias, mas também porque estava atrasado para uma reunião importantíssima, conforme sua esposa acabara de alertá-lo. Despediu-se da mulher, dos filhos, e saiu apressado. A amante o aguardava no lugar marcado, e perguntou-lhe por que se atrasara.

Fecha aspas. Que bagunça! Não sei se consegui passar a idéia que queria com este texto. Se alguém o entendeu (ou se alguém ao menos teve a paciência de ler), parabenizo-o e fico feliz. Mas gostaria que a idéia não ficasse só na teoria. Deixem de ser hipócritas, parem de criticar o que vocês mesmos não fazem nada para mudar! É tão fácil culpar os outros... Porém é bom lembrar-se que você não é culpado apenas quando faz o mal, mas também quando omite-se de fazer o bem que poderia fazer. É culpado pelas conseqüências negativas de uma omissão (nos atos, não nas palavras jogadas ao vento). E ficar reclamando sem fazer nada para mudar não vai o levar a lugar nenhum. Não acha...? [PUBLISH POST]

POST SCRIPTUM
Sem comentários. Falando em comentários... Talvez coloque a comment box de volta em breve. I miss you. (;_;) Não sei se alguém ainda lê este blog, ou se o contador só está ativo devido às googlagens-malucas da vida (pérola da vez: "sujeirinha no olho"). Se alguém se importasse, me desculparia por minha ausência, e diria que a priguiciti aguda talvez seja crônica. Mas limito-me a dar um suspiro carregado de falta de inspiração (?) e publicar este post de uma vez.

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O tirano retorna ao mar
12.2.05 - Frika
A fúria do gigante azul. Com suas garras salgadas temperou de dor a alma da humanidade. Milhões de seres inalaram as últimas moléculas de oxigênio naquele instante - e o mundo derramou suas doces lágrimas sobre as salgadas águas do oceano homicida.

O tirano volta ao mar. Os restantes, à distância, enviam seu socorro; enviam ajuda àqueles que sentiram a cruel carícia do oceano, todavia abriram os olhos para ver outro amanhecer. Viram o sol, que o gigante azul não pôde tocar, porém não mais viram seus familiares, seus amigos, tampouco seu lar. Jornais de todo o planeta têm a mesma manchete - death, shi, mort, Tod, muerte, morte... Tsunami. O mundo estende a mão - por compaixão ou hipocrisia, não se sabe. Pouco importa. Pouco dura.

Quantas mil pessoas devem perder a vida para desviar a atenção dos terráqueos do próprio umbigo? Quantos jornais devem anunciar uma enorme tragédia para que as nações estendam as mãos umas às outras? Quantas lágrimas devem rolar pela mesma razão para que o mundo tenha compaixão mútua? Um oceano delas.

Mas hão de secar. Egoísmo, ambição, inveja... Não resta espaço à piedade (salvo, obviamente, a auto-peidade). Então, enquanto suas vítimas ainda estiverem padecendo da destruição e da memória, haverá, do outro lado do mundo, espectadores do noticiário rindo e gracejando nos raros momentos em que a palavra Tsunami for novamente mencionada pelos tiranos que ainda não retornaram ao mar.

POST SCRIPTUM
Desencadeou-se após ouvir piadas sobre o Tsunami. Eu sei, não quero que o mundo fique chorando eternamente pelas grandes tragédias. Foi apenas uma observação. Título inspirado em uma música chamada "Return to the Sea", que contém o verso: "a tyrant's return to the sea".

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OFF: considerações sobre o novo raskunho
1.2.05 - Frika
Alguém que eu não vou dizer quem pediu para eu linkar o site desta banda e mandou um recado: tira esses spikes e pára de fazer cara de mau, seu poser do caramba, e aprecie a música pela qualidade da mesma, não pelo "rótulo". (u_ù)v

CLICA! (ò_ó)

E, como vocês puderam perceber, eu resolvi fazer alguns textos mais longos e chatos para colocar no meu raskunho. Os textos vão estar em fonte cor preta e os meus comentários, chiliques e afins estarão em cinza.

E... O Ad Infinitum já está hospedado no Higher-than-hope.com. =D Sei que as coisas estão confusas, mas é o seguinte: no Raskunho ficarão textos diversos e geralmente fictícios. E o Ad Infinitum continua sendo mais umbiguista e reflexivo (!). Se estiver procurando pela Nonsense-Frika, talvez ela ainda esteja aqui. (^_~)

Sobre as caixas de comentários... Eu adorava ler o que vocês escreviam, mas tirei porque sei que ninguém vai ler os meus textos e elas ficariam vazias mesmo... (u_u)

Enfim. Tchau. (o_o)' *sai correndo*



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O Telefonema
30.1.05 - Frika
Abriu os olhos. Os raios solares já se atreviam a invadir o domínio privado de seu quarto. Amaldiçoaria-os, se não estivesse sonolenta demais para isso. Ainda deitada na cama, esfregou os olhos, com o intuito de dissipar todo estado alfa de seu ser. Estava acordando para o pesadelo, bem o sabia, e queria estar bem atenta a ele.

Levantou-se da cama e vestiu as velhas chinelas - perdão - "sandálias" de dedo. Em Paris, seriam moda. Repudiou-se por ser tão fashion ao acordar. Os pés arrastavam-se no chão enquanto movia-se, e o som produzido era a irritante melodia da falta de perspectiva. Scchhhit, scchhhit, schhiit... Acordava toda manhã, para padecer da mais tenebrosa existência. Schhiiit, schiiiit...

O espelho do banheiro, como sempre, era assombrado por um ser disforme e envelhecido, apesar da pouca idade. Os traços não exprimiam nenhum vestígio beleza, os olhos eram opacos e indiferentes, a boca formava um arco para baixo... Que se dane... Scchiiit, scchhhit...

Fez um café mal-feito. Açúcar? Não, não precisava. Afinal... Que diferença faria? Engoliu o líquido negro, enquanto os olhos fitavam o nada, e nem se preocupou em limpar a gota que lhe escorrera dos lábios. Bebeu não mais que três goles, e o restante jogaria na pia, como de costume. Levantou-se e o fez. Schhhiiit, schhhiiit, schhhiiit...

Dez horas e dez minutos. Os ponteiros do relógio pareciam sorrir sarcasticamente, dada a forma como se encontravam. Amargurou-se mais por isso. Schhhiiit, schhhiiiit... As cortinas permaneciam fechadas, como sempre, e jamais as abriria. Ligaria a TV, sua fiel e única companheira, e ali passaria o restante de seus segundos, com o fardo revestido por epiderme que sua alma cinzenta carregava - ou arrastava.

E assim seria, como sempre foi, não houvesse ocorrido o que se segue: a monótona melodia dos chinelos se arrastando no chão foi entrecortada por um som agudo e estridente, que há muito não ouvia. TRIIIIM! O telefone. Schhhiiit-schhhit cessou. TRIIIIIM! Devia atendê-lo? Não, não, ninguém ligava para ela. TRIIIIIIIM! Mas e se fosse um caso excepcional, algo urgente?! TRIIIIIM! Tolice! Era engano, com certeza! Não devia se dar ao trabalho! TRIIIIIIM! Diabos! Schhhiiit, schhhiiit! Em um impulso que sequer soube explicar depois, arrastou suas chinelas (ou "sandálias", conforme queria o informe publicitário) até o telefone. TRIIIIIIM! Estendeu o braço, pegou o telefone e levou-o ao ouvido.

_ 'lô. _ disse, sem emoção, mas com certa curiosidade enrustida.
_ Alô, Renata! Seu aniversário hoje, hein?! Quero que saiba que você é uma pessoa muito especial, e que eu gosto muito de você! Admiro-a muito e desejo que todos os dias que se seguem sejam repletos de saúde e alegria para você. Não deixe que seu brilho se ofusque jamais, pois seria um crime contra o mundo privar-nos de sua luz! Renata! Está me ouvindo?

Estava. E seus olhos, antes tão opacos, agora brilhavam, umedecidos pelas lágrimas. Nada respondeu e colocou o telefone no gancho. Sentia-se diferente. Era como se o ambiente cinzento começasse a tomar cor; como se despertasse de um pesadelo. Olhou ao redor, sentiu-se sufocada pelo ambiente e abriu as janelas. Os raios de sol tocavam-lhe a face e ela sentiu-se revigorada por isso.

Tinha fome. Foi até a cozinha, caprichou no café e bebeu - com açúcar. Sorveu cada gole com satisfação. Não era a mesma que outrora engolia o líquido preto por uma espécie de obrigação, de rotina. Era outra. As palavras ditas ao telefone tiraram-lhe do pesadelo ao qual se atava. Sentiu-se gratificada por isso, apenas lastimou não ter respondido à pessoa que dissera tão belas palavras e a cumprimentava pelo aniversário...

Aniversário? Não, ainda faltavam cinco meses e 14 dias para o seu. Mas quê importava? Sentia-se viva agora. Renata - não, esse também não era seu nome. Mas teve certeza que a ligação não foi um acaso e as palavras eram sim para ela.

Sorveu mais um gole do doce café e sorriu. Um sorriso tolo, como há muito não fazia. Sem motivo aparente, inocente como uma criança que observa uma borboleta. Porém não era a pulsação ou a respiração, mas sim o tal sorriso a maior prova de vida que aquele ser humano exibia. Sorriu tolamente quando viu-se viva.

E jamais a monótona e fustigante sinfonia do schiiiit-schhiiiit foi ouvida novamente naquela casa.

Post Scriptum
Por quê meus textos ultimamente têm começado "pra baixo" e terminado com um final (pleonasmo?) tolo e feliz? Bom, uma alternativa seria que no dia seguinte ela se deu conta de que não mudara porra nenhuma na vida dela, fora tudo um "engano", e voltara a arrastar as sandálias pela casa. Outra que, a partir do momento em que acordou do pesadelo, percebeu que só vivia nele porque "queria", e que nada além dela mesma era culpado pelo schhiiiit-schiiiit. Hum. Esquece. (o_o)'


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-=ö ñë®ð=-
8.1.05 - Frika
Descobri que além dos limites do meu quarto existe um grande mundinho. É algo diferente da realidade: não há tags, não há CTRL+Z, tampouco desktop, e não descobri (ainda!) como dar boot quando o sistema fica muito carregado. Mas é tudo muito parecido com The Sims. Descobri que existem inúmeras variedades de pessoas, ambientes e fedores diferentes convivendo harmoniosamente - ou quase.

Imagino que foi o criador do Ruindows quem programou esses seres parecidos com os bonequinhos do The Sims. Estão cheios de bugs! Olha, os seres entravam em pane por cada besteira! São difíceis de manipular, traiçoeiros... um clique em falso e o meu próprio programa pode ser infectado. Em um desses seres, acredito que um erro na linha 13 do script tenha feito-o espalhar calúnias e sentir prazer nisso. Outro, (acredito que a falha seja entre as linhas 37 e 39) faz download de um vírus diariamente (bebida.txt) que modifica seu código-fonte, já tão precário, e o torna um programa mais agressivo. O vírus, ainda por cima, se auto-envia para sua lista de contatos - e os prejudica, em maior ou menor grau. Também tem aquele outro arquivo (cujo erro está no style.css) que tem um mau hálito desgraçado. E eu poderia narrar todos os bugs aqui, e narrar, e narrar, mas acredito que mesmo 60 GB seria pouco espaço para isso.

Tantos arquivos e tantas falhas... Dostoiévski escreveu sobre o Sonho do Homem Ridículo - um homem que acredita que possa existir a perfeita harmonia no mundo. Eu sonho com o dia em que todos os programas rodem perfeitamente - sem bugs, sem travar, sem prejudicar o funcionamento da máquina. Tanto os do computador quando os desse mundinho estranho que circunda o monitor. Talvez o Charles Babbage do mundo devesse reinstalar o sistema, passar um antivírus, dar um boot na máquina, sei lá... Será que começou através da execução do arquivo Tsunami.exe?

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todos os direitos reservados por mionissa freek.